Amar é… química?!
O amor romântico é avassalador, irresistível e arrebatador. Tão forte que parece até… instintivo.
Mas será?!
A Neurobiologia
Misterioso desde os primórdios da humanidade, a tentativa de racionalizá-lo sempre ocorre sobre os estudiosos — seja pelo cupido, pelo pecado, ou pelos hormônios — , e não seria diferente com a neurobiologia.
De acordo com os neurobiólogos, o amor tem a capacidade de influenciar o Sistema Límbico, interligando o Sistema Nervoso Autônomo e as emoções na produção de neurotransmissores.
A influência do amor em funções vitais, como: respiração, frequência respiratória, pressão sanguínea e débito cardíaco pode levar a uma consciência diferente ou a um estado de espírito alterado quando se está apaixonado — o famoso louco de amor.
O amor — assim como todos os nossos pensamentos, emoções e comportamentos — depende de processos físicos e químicos no cérebro, com interações muito complexas.
Ao apaixonar-se, dada a incerteza inicial de reciprocidade e as inseguranças, há o aumento dos níveis de cortisol, o que indica as condições estressantes e estimulantes associadas ao início da relação romântica, pois contrariando alguns ditados populares: amar não é fácil.
Em contrapartida, a oxitocina, também conhecida como “o hormônio do amor”, é a responsável pelo pontapé químico da paixão, o lado fácil de amar. Liberada durante o sexo ou o toque físico em contribuição com a vasopressina, resulta em um efeito calmante, proporcionando confiança, lealdade e devoção — a tríplice perfeita do felizes para sempre.
Rolou uma química?!
Outros agentes também contribuem para a paixão arrebatadora, como a noradrenalina, nos gerando “as borboletas no estômago”. Em uma forte emoção, mescla o nervosismo e a felicidade, simulando a sensação de pular de paraquedas — fazendo jus aos bem-aventurados que se “jogam” numa paixão.
A dopamina, por sua vez, é o hormônio responsável pelo início do desenvolvimento do apego, causando o sentimento viciante para quem está amando, quase como uma dependência química na análise cerebral — realçando as declarações ultra românticas de “não vivo sem você” (já diriam Romeu e Julieta). É o porquê de términos amorosos serem tão dolorosos.
Completando o combo da paixão, a serotonina proporciona a sensação de felicidade e de bem-estar ao estar próximo de quem ama. Em uma combinação de euforia e entusiasmo, ocasiona nas loucuras de amor que cometemos.
Apesar de tais explicações, dizer que o amor é “apenas” uma reação química do cérebro é como falar que o romance Romeu e Julieta é “apenas” uma coleção de palavras. Assim como a arte, o amor é mais do que a soma de suas partes.
Portanto, quem tem a sorte de experimentar sua complexidade, deve se deixar levar pelas ondas sinápticas do amor. E se acabar naufragando nessa jornada, serve de consolo saber que a razão não levaria mais longe – pois somos, além de seres racionais, singulares e sensíveis.
Ou seja, amar ainda continua complexo demais para ser racionalizado, e simples demais ao ser compreendido – só os românticos sabem!
Link post instagram: https://www.instagram.com/p/CtZnjHHJpfL/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==
Referências:
Esch T, Stefano GB. The Neurobiology of Love. Neuro Endocrinol Lett. 2005 Jun;26(3):175-92. PMID: 15990719.
https://www.bbc.com/future/article/20200211-love-is-it-just-a-fleeting-high-fuelled-by-brain-chemicals
https://www.veja.abril.com.br/saude/doente-de-amor-conheca-os-efeitos-colaterais-de-estar-apaixonado
Marazziti D, Canale D. Hormonal changes when falling in love. Psychoneuroendocrinology. 2004 Aug;29(7):931-6. doi: 10.1016/j.psyneuen.2003.08.006. PMID: 15177709.