A Psicologia na Prevenção e Tratamento do Câncer de Mama

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Qual o papel dos profissionais de Psicologia acerca do tema, descubra 

 

O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete mulheres no mundo todo, entretanto, ainda sim é um tema delicado e que possui muitos tabus, sendo temido e até evitado por algumas pessoas. No texto a seguir vamos conhecer algumas das estratégias que podem ser utilizadas por Psicólogos ao abordar o câncer de mama.

 

Ao abordar o tema câncer de mama, desde a conscientização até o tratamento, existem aspectos a serem considerados. A saúde mental da pessoa acometida, o contexto social e familiar em que está inserida, o acesso à informação, tabus e conceitos pré-concebidos são fatores importante a serem considerados.

O trabalho do profissional de Psicologia em torno da desmistificação do tema surge como uma estratégia eficaz de facilitação à prevenção e detecção precoce. Através da psicoeducação, acolhimento emocional e fortalecimento da autoestima, a Psicologia pode contribuir significativamente para que mulheres enfrentem esse desafio de forma mais resiliente e confiante.

 

O que é o câncer de mama?

O câncer é uma manifestação patológica em que as células do corpo crescem de forma desordenada e desordenada, desencadeando a formação de tumores que podem afetar o funcionamento dos órgãos e sistemas, comprometendo a saúde e o bem-estar do indivíduo acometido.

O câncer de mama costuma apresentar alguns sintomas como:  Nódulo ou caroço, geralmente indolor, na mama ou na região da axila; Mudanças na forma e tamanho da mama, que pode se tornar assimétrica; Secreção no mamilo, as vezes sanguinolenta; Mudanças na pele da mama, com retração, descamação ou presença de covinhas; Vermelhidão ou inchaço na pele da mama; Dor persistente na mama ou na região axilar; Irritação ou textura semelhante à casca de laranja.

É importante destacar que não são apenas mulheres que podem ter câncer de mama. Apesar de ser em menor número, homens também podem desenvolver a patologia, pois possuem glândulas mamárias e hormônios femininos, ainda que em menor tamanho/quantidade.

É importante destacar que algumas pessoas com câncer de mama na fase inicial não podem apresentar sintomas. Portanto, a realização de exames de rastreamento, como a mamografia, é fundamental para a detecção precoce da doença. A identificação precoce é essencial para o sucesso do tratamento.

 

Questões psicológicas/emocionais

Além de questões sociais e econômicas que podem dificultar o acesso a métodos de identificação precoce, existem algumas questões de ordem psicológica que podem influenciar negativamente a procura por esses métodos detecção.

Em alguns casos, o indivíduo pode sentir medo da descoberta de um câncer de mama, preferindo não ter conhecimento de um possível quadro. O medo do diagnóstico de câncer pode impactar de forma significativa na qualidade e estilo de vida e até mesmo levar a questionamentos sobre a possibilidade da morte, o que pode levar algumas pessoas a adiar a busca por cuidados médicos.

Uma outra possível motivação pode ser a negligência a própria saúde devido à uma série de fatores, como falta de acesso aos serviços de saúde, falta de informação sobre a importância da detecção precoce, estigmas e pudores relacionados ao câncer e priorização de outras responsabilidades, como cuidar da família e do trabalho.

Em alguns contextos sociais e familiares, ainda hoje o câncer ainda é um tabu e falar sobre questões de saúde das mamas pode ser considerado constrangedor, levando ao adiamento da busca por atendimento médico e, consequentemente, a um diagnóstico mais tardio.

Nesse sentido, o profissional de Psicologia desenvolve um trabalho voltado à promoção e facilitação do diálogo e desmistificação do tema, realizando psicoeducação, conscientização e oferecendo suporte para encorajar a procura de atendimento médico. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances das intervenções serem bem-sucedidas, podendo reduzir o impacto da doença. Assim, abordar o tema de forma aberta e livre de julgamentos é fundamental na promoção da saúde e no combate ao câncer de mama.

 

Autoestima e Autocuidado

A autoestima e o autocuidado são questões importantíssimas a serem trabalhadas. Diante de um diagnóstico de câncer e tratamento do mesmo é possível que existam medos em torno das mudanças na aparência.

O tratamento do câncer pode envolver efeitos colaterais que pode mexer com a autoestima, alguns deles são: queda de cabelo, perda de viço da pele, remoção parcial o total da mama com a possibilidade ou não de utilização de prótese, cicatrizes. Somado a esses fatores, pessoas diagnosticadas com câncer também podem enfrentar o medo da morte e incertezas sobre o futuro.

O papel do psicólogo nesse contexto é fundamental. Alguns pontos importantes podem ser abordados pelos profissionais quanto ao atendimento a esse público.  O psicólogo deve proporcionar um espaço seguro, que permita que o paciente expresse seus medos, preocupações e emoções.

As mudanças físicas, decorrentes de procedimentos como a mastectomia ou perda de cabelo devido à quimioterapia, pode afetar a autoimagem e a autoestima. Nesses casos o Psicólogos deve atuar oportunizando o paciente enxergar possibilidades de se reconhecer e reinventar apesar das mudanças, estimulando a resiliência.

O tratamento do câncer de mama pode ser longo e desafiador. Nesse sentido, os Psicólogos podem auxiliar os pacientes a desenvolver estratégias para lidar com a incerteza e o estresse relacionados ao quadro de forma mais resiliente, fortalecendo suas habilidades de enfrentamento. Promove a capacidade adaptação às mudanças e desafios.

Algumas decisões difíceis sobre o tratamento podem surgir, como a escolha entre a mastectomia e a cirurgia conservadora (quadrantectomia). Diante dessas decisões, o profissional de Psicologia deve auxiliar fornecendo informações e suporte na tomada de decisões.

O câncer de mama afeta não apenas a pessoa diagnosticada como o seu ciclo familiar e social, nesse sentido, o Psicólogo pode oferecer suporte às relações familiares, oportunizando a família a compreender e enfrentar os desafios emocionais que surgirem, possibilitando o fortalecimento dos vínculos entre o paciente e sua rede de apoio.

O Psicólogo deve promover o encorajamento diante dos desafios e de suas implicações, facilitando a adesão do paciente ao mesmo. Uma alternativa de intervenção está na facilitação de grupos de apoio, onde os pacientes podem se conectar com outras pessoas que enfrentam desafios semelhantes, oportunizando o compartilhamento de experiências e informações, gerando vínculo entre os pares.

Psicólogos desempenham um papel importante na promoção e na melhoria da qualidade de vida de pessoas que enfrentam o câncer de mama, oferecendo suporte emocional, ensinando estratégias de enfrentamento e recursos para enfrentar os desafios do diagnóstico e do tratamento.

 

Como o Psicólogo pode atuar

O profissional de Psicologia pode atuar no ambiente hospitalar desempenhando um importante papel. Acolhendo as questões emocionais/psicológicas, realizando psicoeducação, facilitando a adesão ao tratamento e assim, ajudando a manter o bem-estar psicológico durante o processo.

Um outro local onde o Psicólogo pode abordar o tema do câncer de mama é na Unidade Básica de Saúde (UBS). As UBSs permitem que o profissional trabalhe em atendimentos individuais, também existe a possibilidade de conduzir e facilitar grupos de apoio fornecendo suporte emocional e auxiliando na adaptação à doença.

O tema do câncer de mama também pode ser abordado em palestras junto a empresas e instituições, promovendo a conscientização e desmistificação do tema.

O Psicólogo pode atuar na clínica, com pacientes com câncer de mama, oferecendo acolhimento e informação. O Psicólogo pode oferecer teleatendimento, permitindo que o mesmo atenda pacientes com câncer de mama de forma online.

Uma outra modalidade é o atendimento domiciliar, em casos em que há limitações e/ou impedimentos para o deslocamento do paciente. Esse tipo de atendimento pode ser realizado, em especial, quando em casos de cuidados paliativos, reabilitação e prevenção de agravos.

Psicólogos podem trabalhar na área de pesquisa, estudando os efeitos emocionais/psicológicos do câncer de mama e desenvolvendo novas formas trabalhar com esse público.

 

O câncer de mama é um tema delicado que pode gerar muitas dúvidas e medos, messe sentido a conscientização, desmistificação e acolhimento são fundamentais em todo o processo, desde a promoção ao diagnóstico precoce, identificação e tratamento. O Psicólogo exerce um papel importante em todas essas etapas pois o aborda de forma acolhedora, considerando as dimensões psicológicas/emocionais e sociais em torno do indivíduo acometido por essa patologia, oferecendo apoio para o enfrentamento do câncer e incentivando a resiliência.

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