Sintomas, causas, diagnóstico e tratamento: tudo sobre o TPH!
Os transtornos de personalidade são quadros complexos que requerem um cuidado especial na abordagem e tratamento. Um dos transtornos mais intrigantes é o Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH), caracterizado por um padrão invasivo e excessivo de emoções, que busca incessantemente a atenção dos outros. Neste artigo, exploraremos esse transtorno em profundidade, suas características, causas, diagnóstico e possibilidades de tratamento.
O que é o Transtorno de Personalidade Histriônica?
O TPH pode manifestar-se em diversos contextos, através de um padrão de comportamento teatral, dramático e influenciável. Geralmente, os indivíduos com esse transtorno apresentam variação rápida de humor e têm dificuldade em aceitar críticas, sendo intolerantes e facilmente frustrados quando seus desejos não são realizados. O medo de abandono e a carência levam a um comportamento invasivo na busca por atenção e aceitação dos outros.
As crenças que permeiam a mente do indivíduo histriônico são essenciais para entender sua dinâmica emocional. Eles acreditam que sua existência é interessante e excitante, que sua felicidade depende da atenção dos outros e que precisam impressionar as pessoas para ter valor. Essa necessidade constante de ser o centro das atenções reflete-se em um estilo de discurso excessivamente impressionista, carente de detalhes.
O TPH na história e suas possíveis causas
A origem desse transtorno está relacionada às antigas noções de histeria, amplamente estudadas desde os primórdios da medicina na Grécia antiga. Inicialmente, o termo era utilizado para descrever comportamentos disfuncionais, especialmente em pacientes do sexo feminino. Com o passar dos anos, o conceito evoluiu e o transtorno passou a ser reconhecido de maneira mais ampla e inclusiva.
Atualmente, sabemos que o TPH não é exclusivo do sexo feminino, podendo afetar tanto homens quanto mulheres. As causas exatas do transtorno ainda são desconhecidas, mas várias teorias tentam explicar sua gênese. Alguns pesquisadores associam o TPH à fase fálica do desenvolvimento psicossexual, enquanto outros o relacionam ao histórico de abusos sexuais na infância.
Diagnóstico
Essencialmente, podemos caracterizar o TPH como uma excessiva emotividade e busca de atenção, que se manifesta no início da idade adulta e está presente em uma variedade de contextos. Os principais traços são:
- Desconforto em situações nas quais não é o centro das atenções;
- Interação com os outros frequentemente marcada por um comportamento inadequado, sexualmente provocante ou sedutor;
- Mudanças rápidas e superficialidade na expressão das emoções;
- Constante utilização da aparência física para chamar a atenção sobre si próprio;
- Estilo de discurso excessivamente impressionista e carente de detalhes;
- Dramaticidade, teatralidade e expressão emocional exagerada;
- Sugestionabilidade, ou seja, facilmente influenciado pelos outros ou pelas circunstâncias;
- Considerar os relacionamentos mais íntimos do que realmente são.
Comorbidades associadas
Os transtornos conversivo, borderline, narcisista, dependente e de somatização possuem ligação com o Transtorno de Personalidade Histriônica, pois os mecanismos de defesa utilizados por essas pessoas podem incluir repressão, fantasias, somatização, isolamento e negação, que desempenham um papel crucial na forma como enfrentam suas dificuldades emocionais.
Além disso, o perfil de personalidade histriônica apresenta características que se assemelham à personalidade histérica, embora com algumas distinções. Enquanto o histriônico exibe um perfil emotivo exagerado e generalizado, o histérico é mais restrito e possui maior controle dos impulsos. Essas nuances na personalidade influenciam a forma como cada indivíduo lida com adversidades, ansiedade de separação, sedução e estabelece relações interpessoais.
Tratamento
A psicoterapia, em suas diversas modalidades, como psicoterapia individual, em grupo ou familiar, é a principal ferramenta de tratamento do TPH. A abordagem psicoterapêutica deve ser cooperativa, visando fortalecer a relação psicoterapeuta-paciente para confrontar as percepções desajustadas e lidar com as frustrações. É importante ressaltar que a prescrição de medicamentos não tem o objetivo de curar o TPH, mas pode ser utilizada para aliviar sintomas recorrentes, como ansiedade e depressão.
Desmistificando o TPH
Pessoas com TPH podem viver bem socialmente e no trabalho, desde que tenham acompanhamento periódico de profissionais especializados. Entender o transtorno e combater o preconceito são passos importantes para promover uma sociedade mais acolhedora e compreensiva em relação à saúde mental. Por outro lado, a prevenção também é fundamental, ensinando desde cedo a lidar com frustrações e perdas, para que os indivíduos desenvolvam padrões de pensamentos mais flexíveis e comportamentos adaptativos.
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