O antissocial consegue sentir empatia?

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Descubra o comportamento manifestado no Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS)

 

Todos nós, em algum momento da vida, já agimos de maneira injusta com nossos familiares, amigos ou parceiros amorosos. Mas, logo em seguida, somos tomados por uma ressaca moral e acabamos pedindo desculpas. Porém, isso não acontece com as pessoas que possuem o Transtorno de Personalidade Antissocial, nosso tema de hoje! Neste artigo, vamos discutir sobre o TPAS e se o indivíduo antissocial tem ou não capacidade de empatia.

Como se comporta a pessoa com TPAS?

O antissocial é dominado pelo impulso de transgredir os acordos sociais, reproduzindo o comportamento sistemático de prejudicar as pessoas sem a possibilidade de reflexão. De acordo com a CID-10, os critérios diagnósticos para TPAS são: indiferença insensível pelos sentimentos alheios; atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e obrigações sociais; incapacidade de manter relacionamentos; baixa tolerância à frustração; e propensão para culpar os outros ou oferecer racionalizações plausíveis para o comportamento que ocasionou determinados conflitos. 

Sem autocrítica, sem empatia

A empatia requer a capacidade de se colocar no lugar do outro, compreender seus sentimentos e reagir de forma adequada aos acordos sociais do cotidiano. No entanto, pesquisas científicas sugerem que esses elementos essenciais da empatia estão ausentes na personalidade antissocial, devido à incapacidade de reconhecer e processar adequadamente as emoções alheias. Pesquisadores têm explorado a atividade cerebral desses indivíduos e observado diferenças significativas em áreas associadas a esses fatores. Essas diferenças neurobiológicas contribuem para a deficiência empática encontrada nos antissociais.

Causas e incidência

Ainda não há uma compreensão definitiva sobre as causas desse transtorno. Não se sabe ao certo se ele é adquirido durante a formação da personalidade ou se o indivíduo já nasce com essa condição. No entanto, estudos recentes apontam que os fatores genéticos desempenham um papel importante na manifestação desse comportamento antissocial. Nesse contexto, estima-se que o TPAS acometa cerca de 3% da população mundial, sendo mais prevalente em pacientes do sexo masculino. Em média, a cada 4 pacientes que aparecem nos consultórios com o transtorno, apenas 1 tende a ser mulher.

homens são mais propensos a ter o Transtorno de Personalidade Antissocial

A psicopatia e o TPAS

Embora os dois termos sejam frequentemente associados, eles apresentam diferenças significativas. A psicopatia refere-se mais a questões emocionais e de personalidade, enquanto o antissocial diz respeito a critérios comportamentais. Os indivíduos com Transtorno de Personalidade Antissocial têm uma habilidade maior de se adaptar às normas sociais, mesmo que isso não seja acompanhado por uma genuína empatia ou consideração pelos outros. Por outro lado, os psicopatas apresentam características de personalidade mais acentuadas, nas quais a possibilidade de controle de seus impulsos é quase impossível. 

A violência e o TPAS

A relação entre a violência e o TPAS também é um tema controverso. É claro que a insensibilidade aos sentimentos alheios pode levar a comportamentos criminais recorrentes, mas é importante ressaltar que nem todo antissocial se torna um criminoso. A associação entre o transtorno e a violência é complexa, pois muitas vezes há a influência do uso de drogas e álcool. Portanto, é importante considerar que há aí uma interação complexa de fatores biológicos, psicológicos e sociais, o que dificulta respostas excessivamente categóricas.

Tratamento

Convencer o indivíduo a buscar ajuda profissional pode ser desafiador, uma vez que eles geralmente não percebem seus “sintomas” como prejudiciais a si ou aos outros. No entanto, o tratamento pode ser medicamentoso aliado sempre à psicoterapia. A combinação dessas abordagens pode ajudar a controlar os impulsos agressivos e promover a reflexão do paciente sobre as consequências das suas próprias ações.

 

Para aprender um pouco mais sobre esse Transtorno da Personalidade veja nosso vídeo do Youtube!

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