Entenda a definição e a abrangência desse fenômeno psíquico
Hoje, vamos tratar de um tema recorrente na nossa área: o trauma. Como profissionais de Psicologia, sabemos bem o quanto ele pode vir a afetar a mente e o comportamento de uma pessoa.
Neste artigo, queremos nos aprofundar na definição de trauma, além de falar sobre a abrangência desse fenômeno e de algumas das suas principais formas de tratamento. Então, vamos lá?
O que é e como ocorre um trauma?
Comumente, o trauma é definido como uma experiência profundamente ameaçadora que resulta de uma situação externa extrema, para a qual não houve preparação e da qual não há saída aparente.
Em outras palavras, trata-se de uma estimulação excessiva do nosso sistema emocional, que resulta no fracasso das estratégias de adaptação do indivíduo. O termo “trauma” vem do grego “ferida”, o que sugere que o trauma pode ou não ser curado espontaneamente.
A vivência traumática geralmente ocorre em excesso, seja através do ambiente que nos cerca, por meio das pessoas com as quais interagimos ou até pela reação que nós temos diante da situação em questão.
As crianças costumam ter maior vulnerabilidade à exposição traumática, pois têm menos habilidades sociais e cognitivas de enfrentamento. As reações de desamparo são fundamentais para uma maior ou menor severidade do trauma, bem como a conexão presente–passado.
Nesse sentido, a reação da rede de apoio também influencia, dependendo do acolhimento ou rechaço. É por isso que esse não é um fenômeno considerado individual.
O que é o trauma psíquico e como ele ocorre?
É importante ressaltar que nem toda experiência traumática é um trauma, e que a codificação pode modificar-se com o tempo. Segundo Wôller (2006), o trauma psíquico é um tipo de trauma que resulta de uma violação da integridade psicológica, emocional ou física do indivíduo.
Ele ocorre após a descontinuidade repentina da vivência, ou seja, a intrusão inesperada de forças externas na organização psíquica. Isso representa uma sobrecarga de estimulação por meio de forças internas e externas que deixam o eu incapacitado, impotente em relação aos esforços de adaptação.
Em termos práticos, o trauma psíquico pode ser causado por experiências como abuso sexual, físico ou emocional, acidentes graves, perda de um ente querido, eventos como um assalto e desastres naturais ou provocados pelo homem.
Os sintomas incluem reações emocionais intensas, como medo, desespero, raiva, tristeza, ansiedade, além de comportamentos como isolamento social, evitação de situações que lembrem o trauma, pesadelos, flashbacks e pensamentos obsessivos.
Sobre o tratamento
Nesses casos, o tempo é crítico. O apoio em até 24 horas é fundamental, caso contrário, a memória traumática pode se consolidar. O tratamento do trauma psíquico costuma envolver terapia cognitivo-comportamental, terapia do processamento cognitivo e terapia de exposição prolongada.
Em alguns casos, pode ser necessário o uso de medicação. O importante é que o tratamento seja realizado por um profissional qualificado, que possa ajudar o indivíduo a lidar com as emoções negativas associadas ao trauma e a desenvolver estratégias saudáveis de enfrentamento.
Além disso, é importante que a rede de apoio ao indivíduo também seja considerada, pois o suporte social é um fator de recuperação determinante. O envolvimento da família, dos amigos e de outros profissionais de saúde, como médicos e assistentes sociais, pode ser essencial para ajudar a pessoa a superar as consequências deixadas pelo trauma.