Submissão e apego no Transtorno de Personalidade Dependente

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Descubra os sinais e os sintomas do indivíduo com TPD

 

O Transtorno de Personalidade Dependente (TPD) é um padrão de comportamento que se manifesta como uma excessiva necessidade de ser cuidado e protegido, resultando em comportamentos submissos e aderentes. É um dos transtornos mais comuns na prática clínica, afetando homens e mulheres, embora seja diagnosticado com mais frequência em mulheres. Neste artigo, exploraremos os aspectos do TPD, analisando como a submissão e o apego se manifestam nesse transtorno e como afetam a vida dos indivíduos afetados.

Causas

Embora as causas do TPD não sejam totalmente compreendidas, acredita-se que fatores culturais, experiências negativas precoces e vulnerabilidades biológicas associadas à ansiedade contribuam para seu desenvolvimento. Traços familiares, como submissão e insegurança, também podem desempenhar um papel na sua manifestação.

Como vive a pessoa com TPD?

Em geral, pessoas com esse transtorno acreditam que não conseguem cuidar de si mesmas e, por isso, recorrem à submissão para que outros as protejam e cuidem delas. Esses indivíduos exigem constantemente reafirmação e aconselhamento até para tomar decisões simples do dia-a-dia. Frequentemente, delegam a responsabilidade de suas vidas a outras pessoas, o que pode incluir decisões sobre vestimenta, trabalho e relacionamentos.

Devido à sua baixa autoestima, os pacientes com TPD têm dificuldade em expressar desacordo com os outros, pois temem perder o apoio e a aprovação. Esse receio de serem rejeitados leva-os a concordar com coisas que sabem ser erradas, apenas para evitar conflitos e manter o suporte das pessoas de quem dependem emocionalmente.

Além disso, essas pessoas têm uma dificuldade em iniciar novas tarefas e agir de forma independente, pois têm medo de suas próprias capacidades. Eles se consideram incompetentes e precisam constantemente de reasseguramento para se sentirem confortáveis. No entanto, quando estão sob a supervisão e aprovação de alguém que consideram competente, tendem a funcionar adequadamente.

Diferenças entre TPD e outros transtornos

Embora o Transtorno de Personalidade Dependente e o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) compartilhem o medo do abandono, suas manifestações são distintas. Enquanto indivíduos com TPB reagem ao abandono com sentimentos intensos de vazio emocional e raiva, aqueles com TPD tendem a buscar urgentemente um relacionamento substituto que ofereça apoio e atenção.

O Transtorno de Personalidade Histriônica (TPH) também apresenta características semelhantes ao TPD, como a necessidade de conforto e aprovação, mas se diferencia pela busca ativa de atenção e a exuberância emocional, enquanto os indivíduos com TPD se comportam de forma mais dócil e autoanulada.

O Transtorno de Personalidade Esquiva (TPE) e o TPD compartilham sentimentos de inadequação e hipersensibilidade às críticas, mas indivíduos com TPE têm medo excessivo de humilhação e rejeição, evitando relacionamentos, enquanto os que sofrem de TPD buscam e mantêm conexões com pessoas importantes em suas vidas.

Diagnóstico

O transtorno geralmente se manifesta no início da idade adulta e está presente em diversas áreas da vida do indivíduo. Podemos sistematizar os aspectos manifestos por meio da lista abaixo:

  • Dificuldade em tomar decisões do dia-a-dia sem uma quantidade excessiva de conselhos e reasseguramento da parte de outras pessoas;
  • Necessidade de que os outros assumam a responsabilidade pelas principais áreas de sua vida;
  • Expressão de discordância de outros, pelo medo de perder apoio ou aprovação;
  • Inibição em iniciar projetos ou fazer coisas por conta própria em vista de uma falta de autoconfiança em seu julgamento ou capacidades, não por falta de motivação ou energia;
  • Extremismo ao buscar carinho e apoio, a ponto de oferecer-se para fazer coisas desagradáveis;
  • Desconforto ou desamparo quando só, em razão de temores exagerados de ser incapaz de cuidar de si próprio;
  • Busca urgente por um novo relacionamento como fonte de carinho e amparo, quando um relacionamento íntimo é rompido;
  • Preocupação irrealista com temores de ser abandonado à própria sorte.

Tratamento

Semelhante ao de outros transtornos de personalidade, o tratamento do TPD acontece, com frequência, a partir da psicoterapia psicodinâmica e da terapia cognitivo-comportamental, que podem ajudar os pacientes a examinar seus medos de independência e dificuldades com a assertividade.

É importante que os profissionais de saúde tenham cautela para não incentivar a dependência durante o tratamento. Quanto à terapia medicamentosa, existem poucas evidências específicas para o TPD, mas inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS) podem ser considerados em alguns casos.

Para aprender um pouco mais sobre os transtornos da personalidade veja nosso vídeo do Youtube!

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